quarta-feira, 29 de junho de 2016

Um dia dos namorados brega e sem alguém pra dançar – Por Alzira Power

Autora da Crítica: Alzira Power, Colaboradora do Projeto TRIBUNA DO CRETINO.

Inspirado na discografia de Reginaldo Rossi a Cia. Ferber de Teatro e Dança  encerrou a segunda temporada do espetáculo Bar do Rei, no Teatro Universitário Cláudio Barradas, no dia doze de Junho. Com elenco relativamente grande além da iluminação, preparação corporal, vocal, figurino e maquiagem, bastante gente envolvida nesse trabalho ficando a cargo de Renato Ferber a direção geral.
No momento em que pergunto sobre o valor do ingresso do espetáculo na bilheteria, me apresentam dois valores: um mais barato chamado de plateia, e outro mais caro chamado de mesa. Óbvio, escolho o mais barato com meia-entrada. A primeira sessão do espetáculo ainda não havia acabado e fico em frente ao teatro esperando. Ao acabar, percebo certa animação do público saindo do teatro com um sorriso no rosto, noto que algumas pessoas, na maioria mulheres, estão segurando flores e isso me leva logo a pensar: será que é pelas flores que existe essa diferença de preço nos ingressos? Poxa, será que deveria ter pagado mais caro? Será que não vou me arrepender? E logo me respondo: se for pelas flores, claro que não! E se tiver cervejinha? Humm...
Mais um tempo de espera e lá vou eu para a segunda sessão. Na fila que se forma para entrar no teatro, de longe vejo um letreiro luminoso com o nome BAR DO REI já me sinalizando a breguise com a qual iria me deparar. Ao me aproximar, cada vez mais, ouço uma canção de Reginaldo Rossi, interpretada por uma voz cafona e ridícula. Ao adentrar no “Teatro – Bar” de imediato me deparo com a criatura dona da voz cafona e ridícula, assim como o seu figurino e maquiagem. A mulher que nos recepciona com a voz caricata na entrada é Miguela, proprietária do bar, que nos recebe de maneira bem animada e descontraída e é assim, de maneira descontraída, que o espetáculo começa e se mantém até o fim.
O espetáculo Bar do rei é puramente comercial, é teatro de entretenimento; chega a ser muito atrativo, pois é inspirado na discografia de um dos maiores cantores de brega, estou falando de Reginaldo Rossi um artista pós- jovem guarda, que por fazer parte desse panteão do gênero brega, fez e ainda faz muito sucesso no meio de boa parte da população brasileira, mas que não agrada a todos.  Ao assistir BAR DO REI lembrei da minha infância ao lado da minha avó materna. Vó Jacirema era uma mulher robusta de gargalhada espalhafatosa, adorava dançar ouvindo Reginaldo Rossi, Waldick Soriano entre outros, isso quando não ouvia merengue; eu era uma criança esguia e de vez em quando, minha vó me puxava pelo braço e dançávamos juntas na sala da casa dela. Assim acompanhando minha vó e ouvindo essas músicas passei a suportar as letras e depois de algum tempo cantarolava sem perceber e hoje até gosto de algumas canções. Há alguns anos atrás senti vontade de ir para o show de Reginaldo Rossi aqui em Belém, por sinal o seu último show na cidade antes dele morrer. Me arrependi de não ter ido, pois essa oportunidade nunca mais terei.
O momento exato que me fez lembrar dessas memórias da  minha infância foi quando os intérpretes chamam o público para juntos dançarem. Eu não dancei pois não havia companhia, ou melhor eu é que dancei! E não apenas nesse momento, pois poderia ter bebido umas cervejinhas se estivesse escolhido a mesa.

Mesmo o espetáculo sendo apenas comercial, provocando o riso a todo custo e cheio de improvisações, o que não me agrada tanto avalio que o trabalho como um todo estava bom, pois, havia canto e dança muito bem executados com pequenas falhas que não comprometeram tanto assim a apresentação. Enfim, não é uma recomendação mas se você quiser se distrair, dançar e dar boas risadas, espere a terceira temporada.  Até Logo.
Alzira Power
29 de Junho de 2016

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