Autora da Crítica: Alzira Power, Colaboradora do Projeto TRIBUNA DO
CRETINO.
Inspirado na discografia
de Reginaldo Rossi a Cia. Ferber de
Teatro e Dança encerrou a segunda
temporada do espetáculo Bar do Rei,
no Teatro Universitário Cláudio Barradas, no dia doze de Junho. Com elenco
relativamente grande além da iluminação, preparação corporal, vocal, figurino e
maquiagem, bastante gente envolvida nesse trabalho ficando a cargo de Renato
Ferber a direção geral.
No momento em que
pergunto sobre o valor do ingresso do espetáculo na bilheteria, me apresentam
dois valores: um mais barato chamado de plateia, e outro mais caro chamado de
mesa. Óbvio, escolho o mais barato com meia-entrada. A primeira sessão do
espetáculo ainda não havia acabado e fico em frente ao teatro esperando. Ao
acabar, percebo certa animação do público saindo do teatro com um sorriso no
rosto, noto que algumas pessoas, na maioria mulheres, estão segurando flores e
isso me leva logo a pensar: será que é pelas flores que existe essa diferença de
preço nos ingressos? Poxa, será que deveria ter pagado mais caro? Será que não
vou me arrepender? E logo me respondo: se for pelas flores, claro que não! E se
tiver cervejinha? Humm...
Mais um tempo de espera e
lá vou eu para a segunda sessão. Na fila que se forma para entrar no teatro, de
longe vejo um letreiro luminoso com o nome BAR DO REI já me sinalizando a breguise
com a qual iria me deparar. Ao me aproximar, cada vez mais, ouço uma canção de
Reginaldo Rossi, interpretada por uma voz cafona e ridícula. Ao adentrar no “Teatro
– Bar” de imediato me deparo com a criatura dona da voz cafona e ridícula,
assim como o seu figurino e maquiagem. A mulher que nos recepciona com a voz
caricata na entrada é Miguela, proprietária do bar, que nos recebe de maneira
bem animada e descontraída e é assim, de maneira descontraída, que o espetáculo
começa e se mantém até o fim.
O espetáculo Bar do rei é puramente comercial, é
teatro de entretenimento; chega a ser muito atrativo, pois é inspirado na
discografia de um dos maiores cantores de brega, estou falando de Reginaldo
Rossi um artista pós- jovem guarda, que por fazer parte desse panteão do gênero
brega, fez e ainda faz muito sucesso no meio de boa parte da população
brasileira, mas que não agrada a todos. Ao assistir BAR DO REI lembrei da minha infância
ao lado da minha avó materna. Vó Jacirema era uma mulher robusta de gargalhada
espalhafatosa, adorava dançar ouvindo Reginaldo Rossi, Waldick Soriano entre
outros, isso quando não ouvia merengue; eu era uma criança esguia e de vez em quando,
minha vó me puxava pelo braço e dançávamos juntas na sala da casa dela. Assim
acompanhando minha vó e ouvindo essas músicas passei a suportar as letras e
depois de algum tempo cantarolava sem perceber e hoje até gosto de algumas
canções. Há alguns anos atrás senti vontade de ir para o show de Reginaldo
Rossi aqui em Belém, por sinal o seu último show na cidade antes dele morrer. Me
arrependi de não ter ido, pois essa oportunidade nunca mais terei.
O momento exato que me
fez lembrar dessas memórias da minha
infância foi quando os intérpretes chamam o público para juntos dançarem. Eu
não dancei pois não havia companhia, ou melhor eu é que dancei! E não apenas
nesse momento, pois poderia ter bebido umas cervejinhas se estivesse escolhido
a mesa.
Mesmo o espetáculo sendo
apenas comercial, provocando o riso a todo custo e cheio de improvisações, o
que não me agrada tanto avalio que o trabalho como um todo estava bom, pois, havia
canto e dança muito bem executados com pequenas falhas que não comprometeram
tanto assim a apresentação. Enfim, não é uma recomendação mas se você quiser
se distrair, dançar e dar boas risadas, espere a terceira temporada. Até Logo.
Alzira Power
29 de Junho
de 2016
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