quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O Divino High Touche – Por Silvia Luz

Silvia Luz: Mestre em Artes pelo PPGArstes – ICA/UFPA, Participante do projeto de extensão TRIBUNA DO CRETINO.

Quem é ela? Quem é ele? Quem são eles?
Ei psiu! Ouviu? Sr. Vírus?
– Oi. Eu Tb ouvi.
Será uma tacacazeira do Ver-O-Peso? O que trás em sua sacola plástica? Cuia, panos, tucupi, afetos, bugigangas...
 – Calma, apenas espia.
Veja!!! Anda como um Robô, mas tem curvas da Mão d’água. Opssss... Hermafrodita, ora homem, ora mulher.
– Não queira entender, veja, sinta e faça silêncio.
Hum, hum... Parece coisa de doido prefiro ver as coisas pelo you tube, lá posso dá pause qd eu quiser, enfim... Olho vidrado e de repente surge um Ser avesso àquele que pensei ter as curvas da Mãe D’água e que agora num momento frakstônico vira o Falcão.
– Quem? O cantor de brega?
Esse mesmo. Fiquei resetado. É isso mesmo? Ou editaram a imagem ou foi photoshop?
 – Apenas olhe e me deixe trabalhar.
Hum, hum, ta parecendo história de assombração, to até abestalhado, um cara que é mulher e de repente é cara de novo... ai ai ai, isso é caso de formatação, fala sério!
– Fala demais, fica quieto. Assim não vou conseguir invadir o sistema e roubar todos os dados da memória. Tô tentando, mas dá pra avançar (>> >>) a cena, pois essa não dá pra entender nada, minha placa mãe tá com problema.
– Ok.
............ aí, aí, essa cena dessa senhora deve ser maneira, vai vai dá play, mas antes salva no One drive.      
Para escrever fui editar as imagens do meu HD e infelizmente uma ficaram tatuadas em minhas retinas e outras em minha pele, algumas nem lembrei, mas... vamos lá. O mundo anda mais preocupado com quem tem o melhor High Tech, mas confesso que às vezes sou tecnofóbica, mas enfrentei e o que eu vi, me fez ganhar anos luz de memória e, de brinde aflorou meu High Touch.
High Touch para quem nunca ouviu falar, quer dizer a alta tecnologia do toque, do afeto, do carinho, ou seja, da humanidade. Ela sim nos toca verdadeiramente, não é fria como uma máquina que reage aos nossos estímulos por pura programação. A naturalidade da atuação de Sandra Perlim e Maurício Franco foi um high touch de infinitos gigas bytes para convosco. Isso no momento atual é tecnologia humana, pois, por diversos motivos, falta de tempo, copiar e colar..., o uso excessivo de tecnologias nos afasta disso, muitas vezes sem nos percebermos. Sr Vírus ainda está aí?
 – Fala baixo, estou. E aí?
Dá um pause rapidinho.
 – Positivo.
Vou chamar o personagem de Sandra Perlim de Software e o de Maurício Conexão Underground. Quanto maior for a performance dos dois, maior o resultado Criptografado por Chave Pública.  
Uma breve descrição dos personagens:
Software – possui uma vasta linha de máquinas de alta performance para atender às mais diferentes necessidades. Todas com controle de qualidade e o expertise High Touch (alto conhecimento em afetividade) é uma linha de trocadores de calor e afeto que atende vários segmentos humanizados como pessoas mecanicamente separadas.
Conexão Underground – é o melhor da linha e é líder de mercado, atingindo cerca de 90% de todas as máquinas humanas do Brasil. Por isso que Conexão hoje é sinônimo de desconstruções mecânicas.
Depois de sabermos o potencial de cada personagem, segue a edição.
Tenha calma, preciso de mais tempo para devastar o processador onde todas as informações são processadas, mas só o processador sozinho não resolve nada, para que funcione, ele também depende de todos os outros itens como a placa mãe, a memória, a fonte que fornece energia, o HD. Enfim... Conta mais do que viu hoje, pois preciso de mais tempo.
A peça me fez refletir sobre a ligação entre fatores tecnológicos e pontos de mutação do ser humano, ao longo do percurso “involutivo” do ser humano.  Há uma linha tênue entre o grotesco e o sublime, a ação animalesca e fria do personagem Conexão Underground nos eleva a descoberta de que a melhor tecnologia ainda é a humana, sem deletar, sem copiar, sem formatar, apenas Ser, mas isso só foi possível por causa da qualidade tecnologia do Software de última geração.
O que presenciei sugere uma reflexão acerca do comportamento social do ser humano e o modo como este se relaciona com seu homem-animal-máquina. O antagonismo existente nas próprias ações dos atores, a música que despluga e pluga, a luz que invade e retrai, assusta e acalenta, constrói e desconstrói. O divino Hitgt tech nos revela que a melhor tecnologia somos nós, pois nós ditamos a ordem, a tecnologia high tech é obsoleta diante de nossa tecnologia higt touch.
O banhar-se de corpo e alma, de fora para dentro nos fazendo esquecer a nudez da carne e desvelando as entranhas, antes escondidas pelos preconceitos dos olhos cegos diante da parafernália criada pela tecnologia. Não necessitamos de roupa, de tablets, celulares, plugs, computadores, sem primeiramente sabermos o que vive por trás disso tudo. Nós ligamos e desligamos o botão desse high tech todo. Hoje me mantive sem bateria por pelo menos 50 minutos.
Software... a louca que guarda o segredo da tecnologia, sentada num banco de plástico e despida de tudo que possa formatar o ser humano, foge alucinada e feliz pelo portal cibernético e se depara com pequenos humanóides em fase de protótipos ainda, desesperados com a alta performance de Software, arregalam seus olhos e se escondem atrás dos muros invisíveis de seus preconceitos e pudores.
Conexão corre em busca de Software para que não seja atingida por vírus devastadores. Depois desse contato, Software evolui para o estágio total, virou uma Entidade ................. Humana.
­Impressionante. Estou tentando invadir o sistema e nada. Quem é você?
Sou o antimalwares.

Silvia Luz

06 de Outubro de 2016

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