Silvia Luz: Mestre em Artes pelo PPGArstes – ICA/UFPA, Participante do
projeto de extensão TRIBUNA DO CRETINO.
Quem é ela? Quem é
ele? Quem são eles?
Ei psiu! Ouviu? Sr.
Vírus?
– Oi. Eu Tb ouvi.
Será uma
tacacazeira do Ver-O-Peso? O que trás em sua sacola plástica? Cuia, panos,
tucupi, afetos, bugigangas...
– Calma, apenas espia.
Veja!!! Anda como
um Robô, mas tem curvas da Mão d’água. Opssss... Hermafrodita, ora homem, ora
mulher.
– Não queira
entender, veja, sinta e faça silêncio.
Hum, hum... Parece
coisa de doido prefiro ver as coisas pelo you
tube, lá posso dá pause qd eu quiser,
enfim... Olho vidrado e de repente surge um Ser avesso àquele que pensei ter as
curvas da Mãe D’água e que agora num momento frakstônico vira o Falcão.
– Quem? O cantor de
brega?
Esse mesmo. Fiquei
resetado. É isso mesmo? Ou editaram a imagem ou foi photoshop?
– Apenas olhe e me deixe trabalhar.
Hum, hum, ta parecendo
história de assombração, to até abestalhado, um cara que é mulher e de repente
é cara de novo... ai ai ai, isso é caso de formatação, fala sério!
– Fala demais, fica
quieto. Assim não vou conseguir invadir o sistema e roubar todos os dados da
memória. Tô tentando, mas dá pra avançar (>> >>) a cena, pois essa
não dá pra entender nada, minha placa mãe tá com problema.
– Ok.
............ aí, aí,
essa cena dessa senhora deve ser maneira, vai vai dá play, mas antes salva no One drive.
Para escrever fui
editar as imagens do meu HD e infelizmente uma ficaram tatuadas em minhas
retinas e outras em minha pele, algumas nem lembrei, mas... vamos lá. O mundo
anda mais preocupado com quem tem o melhor High
Tech, mas confesso que às vezes sou tecnofóbica, mas enfrentei e o que eu
vi, me fez ganhar anos luz de memória e, de brinde aflorou meu High Touch.
High Touch para quem nunca ouviu falar, quer
dizer a alta tecnologia do toque, do afeto, do carinho, ou seja, da humanidade.
Ela sim nos toca verdadeiramente, não é fria como uma máquina que reage aos
nossos estímulos por pura programação. A naturalidade da atuação de Sandra
Perlim e Maurício Franco foi um high
touch de infinitos gigas bytes
para convosco. Isso no momento atual é tecnologia humana, pois, por diversos
motivos, falta de tempo, copiar e colar..., o uso excessivo de tecnologias nos
afasta disso, muitas vezes sem nos percebermos. Sr Vírus ainda está aí?
– Fala baixo, estou. E
aí?
Dá um pause
rapidinho.
– Positivo.
Vou chamar o
personagem de Sandra Perlim de Software e o de Maurício Conexão Underground. Quanto maior for a performance dos dois, maior o
resultado Criptografado por Chave Pública.
Uma breve descrição dos personagens:
Software – possui uma vasta linha de máquinas de
alta performance para atender às mais diferentes necessidades. Todas com
controle de qualidade e o expertise High Touch (alto conhecimento em
afetividade) é uma linha de trocadores de calor e afeto que atende vários
segmentos humanizados como pessoas mecanicamente separadas.
Conexão Underground – é o melhor da linha e é líder de
mercado, atingindo cerca de 90% de todas as máquinas humanas do Brasil. Por isso
que Conexão hoje é sinônimo de desconstruções mecânicas.
Depois de sabermos o
potencial de cada personagem, segue a edição.
– Tenha
calma, preciso de mais tempo para devastar o processador onde todas as
informações são processadas, mas só o processador sozinho não resolve nada,
para que funcione, ele também depende de todos os outros itens como a placa
mãe, a memória, a fonte que fornece energia, o HD. Enfim... Conta mais do que viu hoje, pois preciso de mais tempo.
A peça me fez refletir
sobre a ligação entre fatores tecnológicos e pontos de mutação do ser humano,
ao longo do percurso “involutivo” do ser humano. Há uma linha tênue entre o grotesco e o
sublime, a ação animalesca e fria do personagem Conexão Underground nos eleva a
descoberta de que a melhor tecnologia ainda é a humana, sem deletar, sem copiar,
sem formatar, apenas Ser, mas isso só foi possível por causa da qualidade
tecnologia do Software de última geração.
O que presenciei sugere
uma reflexão acerca do comportamento social do ser humano e o modo como este se
relaciona com seu homem-animal-máquina. O antagonismo existente nas próprias
ações dos atores, a música que despluga e pluga, a luz que invade e retrai,
assusta e acalenta, constrói e desconstrói. O divino Hitgt tech nos revela que a melhor tecnologia somos nós, pois nós ditamos
a ordem, a tecnologia high tech é
obsoleta diante de nossa tecnologia higt
touch.
O banhar-se de corpo e
alma, de fora para dentro nos fazendo esquecer a nudez da carne e desvelando as
entranhas, antes escondidas pelos preconceitos dos olhos cegos diante da
parafernália criada pela tecnologia. Não necessitamos de roupa, de tablets, celulares, plugs, computadores, sem primeiramente sabermos o que vive por trás
disso tudo. Nós ligamos e desligamos o botão desse high tech todo. Hoje me mantive sem bateria por pelo menos 50
minutos.
Software... a louca que
guarda o segredo da tecnologia, sentada num banco de plástico e despida de tudo
que possa formatar o ser humano, foge alucinada e feliz pelo portal cibernético
e se depara com pequenos humanóides em fase de protótipos ainda, desesperados
com a alta performance de Software, arregalam seus olhos e se escondem atrás
dos muros invisíveis de seus preconceitos e pudores.
Conexão corre em busca de Software para
que não seja atingida por vírus devastadores. Depois desse contato, Software
evolui para o estágio total, virou uma Entidade ................. Humana.
– Impressionante.
Estou tentando invadir o sistema e nada. Quem é você?
Sou o antimalwares.
Silvia Luz
06 de Outubro de 2016
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