terça-feira, 19 de abril de 2016

Mas gato fala? – Por Jaqueline Miranda

Jaqueline Miranda: Graduanda de Licenciatura em Teatro / UFPA; Bolsista PROINT 2016 pelo Projeto TRIBUNA DO CRETINO.  

O espetáculo O gato de botas voltado para o público infantil, é uma versão da Cia Teatral Corifeus dirigido por Jorge Miranda e Douglas Mourão. O espetáculo tem o principal intuito de mostrar de um modo cômico e romântico como as crianças podem cuidar de seus animais. O Gato de Botas é um típico animal de estimação deixado de herança a um rapaz após a morte de seu pai; o gato faz de tudo para animar o seu dono e mudar a vida dele. Um cenário de campo florido onde acontece às primeiras ações com um lago e flores tem direito a camponesas que dançam divertidamente com o gato que acaba destruindo a plantação.
O texto é de linguagem fácil para entendimento das crianças, e os trejeitos que nos prendem a atenção de como os personagens interagem e se movimentam, principalmente o gato; o ator da vida ao personagem não apenas pelo figurino e maquiagem que deixa tudo ainda mais realista, mas também pelas expressões, ruídos, fala e movimentação, como o andar sob quatro “patas” que requer uma técnica corpórea e resistência.
Os personagens Rei, Princesa e Cocheiro surgem no segundo momento com direito a carruagem e fazem parte do plano do Gato para se tornarem amigos da nobreza junto com seu dono, o marquês de Carabás. Já a bruxa e seu mordomo surgem em um cenário de castelo; a bruxa com seu jeito nem um pouco agradável e também nada esperta, pois cai na armadilha do Gato para tomar seu castelo fazendo ela mesma se transformar em um pequeno rato; então a coloca em um saco preto e ordena para seu mordomo preparar o jantar, pois haverá um banquete. O castelo agora pertence ao marquês de Carabás que no fundo não é marquês, mas estava apaixonado pela princesa. A cada palavra da Princesa, percebi como brilhavam os olhos das meninas, com certeza se imaginando como uma princesa. Tudo chama nossa atenção: uma simples conversa entre o Gato e seu dono com charadas que nos tiram risadas, ou até mesmo o rei que vive dormindo e nunca sabe o que está acontecendo.
O figurino colorido e brilhante dos personagens como o do Gato com sua bota e seu chapéu atiça nossa imaginação, principalmente das crianças e permite viajar por um mundo não real onde gatos falam, pessoas se transformam em animais, princesas e príncipes vivem felizes para sempre, onde a bondade sempre vence e não há limites para imaginação. Onde tudo é possível, pude me sentir criança novamente ao me perceber rindo ou até mesmo torcendo para o final feliz, e pude ver que no decorrer da vida vamos perdendo essa criança que se permite sonhar, mas que nunca é tarde para isso. E para as crianças abre um leque de possibilidades como sonhar e ensinar que o amor e a amizade sempre prevalecem apesar das dificuldades e, ainda, que a imaginação não tem limites.
Jaqueline Miranda
        18 de Abril de 2016

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