Autora: Louise Bogéa.
Servidora Pública Federal do Museu da UFPA.
Companhia Atores Contemporâneos
Apagaram-se as luzes da casa, convidando-nos a entrar.
Rosas ao chão, vestidos pendurados no teto e lanternas pelos cantos: assim fora
montado o cenário em apenas uma sala redonda, rodeada por portas e janelas. O
pequeno público, sentado ao redor do círculo, assistia a cinco talentosos
atores entre silêncios e repentinos barulhos de seus movimentos ao entrar e
sair pelas portas, acompanhados por músicas francesas e instrumentais
sinistros. A cena inicial fora marcada por batidas fortes em uma das portas,
seguidas pela entrada de cada ator com objetos em suas mãos, constituindo um
clima tenso, capaz de segurar a atenção dos presentes até o toque de uma música
francesa, mudando o foco da cena para os vestidos acima de todos. Conflitos
surgem entre os atores em forma de discussão, incluindo um momento romântico,
com o sofrimento dramático enfatizado, em meio a desilusões e lamúrias. Apesar
de um enredo pouco repetitivo, as falas foram merecedoras de aplausos, sendo
elas realçadas a partir da clara divisão entre as atuações individuais. O tema
central, ligado ao tempo, retrata as nossas memórias marcadas por sonhos, sendo
mais especificamente abordado a partir do lar familiar, de onde viemos, e que
nunca esquecemos, fazendo parte de nós. A peça se encerra com a entrega de um
pequeno ramalhete de flores a alguns dos presentes, em agradecimento. Não tenho
certeza se a intenção era a de fazer rir, mas, mesmo em um clima tenso e
sinistro, alguns dos presentes estavam rindo como eu. Enfim, recomendo que
visitem a casa no próximo fim de semana.
Louise
Bogéa.
24.08.2015
Fiz parte desta Cia.nos seus primórdios....tempo,relógios,idas e vindas,amores,saudades...parabéns pelo texto...parabéns Cia Atores Contemporâneo s... parabéns meu amigo /irmão amado Miguel Santa Brígida pelo seu talento,trabalho,competência e sua incansável persistência !
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